Afinal, só queremos ser felizes

Já está descrito neste site quem somos e o que fazemos pelo que não me parece necessário repetir o que já foi dito. No entanto, é necessário referir algumas das coisas que fazem parte da nossa história e da forma como vemos a cidadania, livre de grilhetas, de negociatas ou favores, seja de quem for. Foi um grupo de cidadãos que iniciou este projecto e desde esse momento até hoje nunca recebemos qualquer ajuda financeira, mas também nunca a pedimos. Só por uma vez, munidos de uma longa lista de actividades já realizadas, nos dirigimos, primeiro à Junta de Freguesia de Algés e depois à Câmara Municipal de Oeiras, para solicitar ajuda no sentido de encontrar um espaço onde pudéssemos alojar a nossa Associação. Tínhamos acabado de ter de abandonar o espaço onde nos encontrávamos e os nossos poucos pertences estavam ao alcance das intempéries, cobertos de plásticos, no quintal de um associado. Infelizmente, apesar dos sorrisos, da admiração pelo trabalho feito e da vontade expressa pelos autarcas em ajudar, lamentaram não o poder fazer porque todos os espaços vazios existentes, muitos deles a degradarem-se, já tinham outros destinos. Quase dois anos depois, esses espaços continuam vazios e a degradarem-se, mas isso é outra história. Havia um problema que tínhamos de resolver e, uma vez mais, foi a vontade de quem participa e acredita neste projecto que nos fez avançar para o aluguer do espaço possível, limitado em tamanho, na localização de fraca acessibilidade e com um custo elevado. E assim a Fábrica de Alternativas renasceu e recomeçou a realizar as suas actividades vivendo dos donativos de quem nela participa. Sabemos que com outras condições poderíamos fazer muito mais, mas isso não nos demove da vontade de fazer sempre o máximo que podemos. Como podem constactar, se visitarem neste site a página onde pode ser vista um pouco da nossa história (aqui) , não há assuntos tabus e não há nada que não possa ser falado e debatido. As actividades, essas continuam com a boa vontade de muita gente. Somos cidadãos que acreditam na partilha, na solidariedade e na participação cidadã. Somos livres, acreditamos na democracia directa aberta a todos e, sobretudo, acreditamos nas pessoas e que é possível construir uma sociedade melhor, onde todos se possam sentir mais úteis. Queremos fabricar alternativas aos sofás em frente das televisões, à vida monótona e sem sentido, à opinião programada e propagada por quem deseja simplesmente preservar o poder. Afinal, só queremos ser felizes.

João Pestana

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