Riscos e benefícios
Desde há séculos, deu-se todo o tipo de usos médicos e cosméticos a esta planta, à qual se atribuem inúmeras qualidades. A que se deve o seu êxito? Na realidade, poderá fazer algum mal?
Se fizermos uma busca no Google por “aloe vera”, encontraremos uns vinte milhões de resultados. Se teclarmos apenas “aloe”, o número sobe para o dobro. O Aloe vera está na moda, e escrevem-se tratados sobre as suas propriedades medicinais, cosméticas, nutricionais e até culinárias. Há mais de 2000 anos, os sábios gregos consideravam-no uma panaceia universal, e os antigos egípcios referiam-se a ele como a planta da imortalidade. O que o torna tão popular? Estamos absolutamente certos de que o seu uso não tem efeitos negativos?
Curiosamente, e ao contrário do que costuma acontecer, esta planta é mais conhecida pela sua denominação científica do que pelos seus nomes vulgares, como “babosa”.
Trata-se de uma espécie vegetal da família Xanthorrhoeaceae, de tipo perene, de uma cor verde marcada e provida de folhas carnudas e triangulares agrupadas numa roseta basal. Cada uma delas é composta por três camadas: um gel transparente interior, uma camada intermédia de latex, onde se encontra a seiva, e um córtice externo.
Origem misteriosa
Crê-se que deve o nome à palavra árabe alloeh, que poderia traduzir-se como “substância amarga brilhante” e ao termo latino vera, isto é, “verdadeira”. No entanto, a etimologia não diz grande coisa sobre a sua proveniência, a propósito da qual se tem especulado muito.
Segundo o médico Jorge Alonso, presidente da Sociedade Latino-Americana de Fitomedicina e professor na Universidade de Buenos Aires, “pensa-se que o Aloe vera é originário da ilha de Socotra, no oceano Índico, frente ao Iémen; porém, também cresce nas Caraíbas e no Mediterrâneo, assim como na Madeira, nas Canárias e em Cabo Verde”.
Num estudo sobre a evolução histórica do género Aloe publicado na revista BioMed Central, uma equipa de cientistas de vários países assinala que, se bem que ele tenha surgido há 16 milhões de anos, no sul de África, o mesmo não sucedeu com o Aloe vera.
O ensaio sugere que esta espécie, em concreto, proviria da península Arábica. Olwen Grace, bióloga do Real Jardim Botânico de Kew (Reino Unido) e responsável pela investigação, não tem dúvidas: “É semelhante em aparência a outros aloés do norte de África e da Arábia, e o nosso estudo demonstra que está mais estreitamente relacionada com estas últimas, pelo que podemos concluir que teve origem nesta área geográfica.”
fonte: Super Interessante