“Criatividade é permitir a si mesmo cometer erros. Arte é saber quais erros manter”
Scott Adams (Frase de um cartaz no Hall do Teatro Turim)
Vi pela primeira vez o Rafael num pequeno monólogo numa mostra de teatro breve em contentores e percebi logo que não seria a última vez. É que o Rafael é um Actor de Teatro como não há muitos por ai. Depois desse dia, de cada vez que o vi surpreendeu-me sempre com uma nova representação diferente de todas as outras, mas sempre genial. Vem este texto a propósito de mais uma peça, mais um monólogo, que fui ver hoje e onde senti o desgosto de uma sala praticamente vazia e o privilégio de o ter a actuar quase só para mim (éramos 6 pessoas). A peça termina deixando a ideia de que as coisas têm a forma que nós lhe dermos pelo que posso escolher entre o desgosto e o privilégio e prefiro este último. O desgosto deixo para os outros, os que podendo perdem as oportunidades de ver bom teatro.
Vivemos na era da imagem, da rapidez, do supérfluo e do efémero. Tudo passa em frente dos nossos olhos e antes que tenhamos tempo para ter consciência disso já algo novo e diferente nos ocupa os sentidos antes de também esse novo instantaneamente passar a velho numa sucessão quase infinita. Televisões, computadores cada vez mais rápidos e cada vez a imitar mais o real que nunca poderão ser simplesmente porque não o são. Nada é para ficar, para guardar, tudo passa como num feed do facebook. Um like e segue em frente.
No Teatro o tempo é importante. O tempo de dizer, o tempo dos silêncios. É o actor que nos conta uma história, que fala connosco, que troca a nossa atenção pela sua arte. A arte do movimento, do dizer, do comunicar. O Rafael Diaz Costa merece todo o meu respeito como actor e merecia ser conhecido por mais gente para mais gente o poder respeitar. Ele anda por ai a fazer peças e a surpreender quem o queira ver.
Este sábado e domingo (28 e 29 de Outubro) ainda vai estar com a peça “Uma qualquer pessoa” no Teatro Turim (Estrada de Benfica 723, 1500-089 Lisboa Tel: 21 760 6666). Quem puder aproveite que não se vai arrepender.
Texto e Encenação: Laura L. Tomaz
Por João Pestana
Esqueceram-se do nome do autor do artigo de opinião!
Resolvido.